No dia-a-dia, acabamos eventualmente ouvindo falar sobre Taxa Selic, mas geralmente de forma muito vaga. Somente quando vamos buscar informações sobre investimentos é que esse termo aparece mais. Mas afinal, o que é Taxa Selic?
Taxa Selic é a taxa básica de juros, ou seja, é a base para as outras taxas de juros do Brasil. Quanto maior é esta taxa, maiores são os juros de um país, sendo o inverso também verdade. Mas como esta taxa é definida e como ela afeta a economia? Entenda no texto abaixo.
Para entender a taxa Selic, precisamos lembrar como funcionam os bancos. Um banco empresta milhões de Reais por dia, é assim que consegue seus lucros. Entretanto, nunca pode fechar o dia negativo, ou seja, nunca pode acabar o dia no prejuízo. Se isso ocorrer, o governo intercede em suas atividades. Sabendo disso, consideremos o seguinte cenário: o banco X está negativo e falta 1 hora para acabar o horário comercial. Logo, o banco precisa de dinheiro emprestado para não fechar no negativo. Quais são suas opções? Duas: pegar emprestado de um outro banco ou pegar emprestado do governo. Analisemos estas duas possibilidades:
Pegar emprestado do governo: é sempre mais seguro pegar emprestado do governo. Logo, se nas mesmas condições, um banco sempre irá preferir negociar com o governo. E como sabemos, quando ocorre um empréstimo, existe juros, que é o preço deste empréstimo. Se o lastro do empréstimos for de Títulos Públicos Federais, então os juros cobrado será a taxa Selic Meta, que também é chamada de taxa de Redesconto Portanto, a taxa Selic Meta é a taxa de juros cobrada pelo governo para emprestar dinheiro aos bancos, com lastro em Títulos Públicos Federais. Esta taxa é definida pelo COPOM (órgão subordinado ao Banco Central do Brasil).
Suponhamos que a taxa esteja em 2%. Nesse caso, o banco pega dinheiro emprestado a 2% ao ano, ele emprestará para as pessoas a uma taxa maior do que 2%, para obter seus lucros. É por isso que a taxa Selic Meta é a taxa básica de juros.
Pegar emprestado de outro banco: para o banco X, que precisa de dinheiro emprestado, é mais seguro negociar com o governo, que o empresta a uma taxa de 2% ao ano. Portanto, só seria vantajoso pegar emprestado de outro banco se este empréstimos fosse mais barato. Portanto, para o banco X pegar emprestado do banco Y, o juros cobrado deve ser menor, como de 1,9% ao ano, com lastro em Títulos Públicos Federais. Ocorrem diversas operações interbancárias como esta todos os dias, e a média dos juros destas operações é a taxa Selic Over.
Logo, como o banco pega dinheiro emprestado a 1,9% ao ano, ele emprestará para as pessoas a uma taxa maior do que 1,9%, para obter seus lucros.
Qual é o efeito do aumento ou redução da taxa Selic na economia?
Para respondermos esta pergunta, precisamos saber que, na maioria das vezes, o principal fator analisado para qualquer mudança da Selic é a inflação.
Se a inflação está muito alta, o governo pode aumentar a taxa Selic. Desta forma, os juros do país aumenta, fazendo com que a tomada de empréstimos seja mais cara. Isso faz com que o consumo diminua, pois as pessoas passam a ter menos dinheiro no bolso. Se o consumo diminui, os preços também diminuem, pois o número de compradores diminui. Se isso ocorre, a produção também irá diminuir, pois não faz sentido produzir na mesma quantidade se a vendas diminuíram. E se a produção está menor, a necessidade de mão de obra também fica menor, o que gera mais desemprego.
É importante ter bem claro que, quando o governo aumenta a taxa Selic, seu principal objetivo é controlar a inflação.
Se, por outro lado, a inflação está controlada e o PIB (Produto Interno Bruto) do país está baixo, então o governo pode abaixar a taxa Selic. Desta forma, os empréstimos ficam mais baratos, o que faz com que as pessoas peguem mais dinheiro emprestado. Com isso, o consumo aumenta, ou seja, o número de vendas cresce, levando à necessidade de se produzir mais, o que leva a diminuição do desemprego.
É importante ter bem claro que, quando o governo diminui a taxa Selic, seu principal objetivo é estimular o consumo e a produção, para aumentar o PIB (Produto Interno Bruto).